O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam — isto proclamamos a respeito da Palavra da vida. A vida se manifestou; nós a vimos e dela testemunhamos, e proclamamos a vocês a vida eterna, que estava com o Pai e nos foi manifestada. Nós lhes proclamamos o que vimos e ouvimos para que vocês também tenham comunhão conosco. — João, apóstolo, 1 João 1:1–3[1]
Seguindo a evidência
Se você deseja ser um bom defensor da causa cristã (ou apenas examinar o caso do cristianismo pela primeira vez), precisará entender a confiabilidade das testemunhas oculares dos relatos nos Evangelhos, e determinar a necessidade do poder cumulativo dos casos. A visão mundial do cristão se estabelece de maneira coletiva. Na verdade, testemunhas oculares são distribuídas em quatro categorias de evidência, por meio quatro importantes perguntas: As testemunhas oculares realmente estavam presentes e viram o que dizem ter visto? Suas declarações podem ser corroboradas ou verificadas? As testemunhas oculares foram sinceras e exatas nos seus depoimentos? As testemunhas oculares são tendenciosas ou possuem outros motivos que possam desqualificá-las?
Esse questionamento deve ser feito coletivamente. Além disso, para cada categoria existe o fator cumulativo. A questão da corroboração, por exemplo, se baseia no fato de diversas linhas de evidências, inclusive arqueologia, antigos escritos judaicos, gregos e cristãos, evidências geográficas, evidências linguísticas, o uso correto de nomes próprios e o apoio não intencional da testemunha ocular. A visão de mundo do cristão também se estabelece cumulativamente.
Se aprendermos a comunicar a força dos casos coletivos como estes, seremos melhores defensores da fé cristã. Se estiver examinando a causa do cristianismo pela primeira vez, não pare logo no início da visão. Aprofunde-se. Estude. Analise a situação e todos os fatores a ele relacionados. — J. Warner Wallace
Se cristãos pudessem ser treinados para oferecer evidência da sua fé e responder de forma plausível às perguntas e objeções dos incrédulos, aos poucos mudaria a percepção que se tem dos seguidores de Cristo. Seriam considerados pessoas que pensam nos outros e que devem ser levadas a sério, em vez de fanáticos ou malucos conduzidos por suas emoções. O Evangelho seria uma alternativa real, digna de ser abraçada pelas pessoas. — William Lane Craig
Pois o que primeiramente lhes transmiti foi o que recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras, e apareceu a Pedro e depois aos Doze. Depois disso apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez, a maioria dos quais ainda vive, embora alguns já tenham adormecido. Depois apareceu a Tiago e, então, a todos os apóstolos; depois destes apareceu também a mim, como a um que nasceu fora de tempo. — 1 Coríntios 15:3–8[2]
Quem é Jesus?
Para o historiador sem preconceitos, os fatos históricos referentes a Jesus são tão exatos e evidentes como aqueles sobre Júlio César. Nós não só O encontramos retratado com exatidão nos documentos do Novo Testamento, mas em dezenas de manuscritos não bíblicos antigos confirmando que Jesus foi um personagem histórico real que viveu na Palestina durante a primeira parte do primeiro século.
Segundo o testemunho de muitos relatos antigos e seculares sobre Jesus, a Enciclopédia Britânica afirma: “Estes relatos independentes provam que, na Antiguidade, mesmo os oponentes do cristianismo nunca duvidaram da historicidade de Jesus, colocada em dúvida pela primeira vez — e com premissas inadequadas — por vários autores durante o século 19 e princípios do século 20.”
Um aspecto incontestavelmente inigualável e notável da vida de Jesus são as centenas de predições e profecias detalhadas por profetas e videntes da Antiguidade muitos séculos antes de Ele vir ao mundo. — Inclusive detalhes específicos sobre o Seu nascimento, vida e morte.
No Antigo Testamento encontramos mais de 300 predições sobre o “Messias” ou “Salvador”. A descoberta de centenas de manuscritos do Antigo Testamento por arqueólogos durante este século não deixa dúvidas de que estas profecias foram realmente escritas séculos antes do nascimento desse homem chamado Jesus.
Em 750 a.C., por exemplo, o profeta Isaías fez esta impressionante predição: “O mesmo Senhor vos dará um sinal: A virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel.”[3]
Sete séculos e meio depois, uma jovem virgem em Israel chamada Maria, foi visitada pelo anjo Gabriel que lhe anunciou que ela daria à luz um filho que seria chamado Emanuel, o que significa “Deus conosco”. Os livros da Bíblia que foram escritos depois de Jesus vir à Terra, o “Novo Testamento”, contam-nos que “Maria disse ao anjo: ‘Como se fará isso, visto que não me deitei com homem algum?’ E o anjo respondeu: ‘O Espírito de Deus descerá sobre ti e o poder do Todo-poderoso te cobrirá com a Sua sombra! Pelo que também o Santo que de ti há de nascer será chamado o Filho de Deus.’”[4]
Então, até mesmo o começo da Sua vida na Terra — a Sua concepção e o Seu nascimento — não só foi inigualável, mas milagroso! Na verdade, a Bíblia nos conta que as notícias da sua gravidez foram tão chocantes para José, o jovem de quem ela estava noiva e com quem ia se casar, que quando ele soube disso decidiu imediatamente romper o noivado e cancelar o casamento. — Até que um anjo do Senhor lhe apareceu e o instruiu a ficar com ela e criar e proteger essa criança muito especial que ela carregava no ventre.
Oitocentos anos antes de Jesus nascer, o profeta Miquéias predisse exatamente qual seria a cidade onde o Messias nasceria: “Tu, Belém, embora sejas pequena entre os clãs de Judá, de ti Me sairá o que será Senhor em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”[5]
Embora os Seus pais terrenos vivessem na cidadezinha de Nazaré, 160 quilômetros ao norte de Belém, um decreto de Roma ordenou que todas as famílias regressassem à terra dos seus ancestrais para um recenseamento mundial. O decreto saiu exatamente quando estava próximo o tempo de Maria dar à luz. Assim, Deus usou um imperador romano, César Augusto, para ajudar a cumprir a profecia de Miquéias. José e Maria foram para Belém e quando chegaram lá, Maria entrou em trabalho de parto; e, como os Evangelhos nos informam, “Jesus nasceu em Belém da Judeia”,[6] cumprindo a predição do profeta Miqueias.
Outra profecia admirável sobre o Messias foi feita por Davi, o rei de Israel que viveu por volta do ano 1.000 a.C., mais de 10 séculos antes de Jesus nascer. Na sua profecia, Davi deu detalhes de uma morte cruel e agonizante que ele próprio nunca sofreu:
“Como água me derramei e todos os meus ossos se desconjuntaram. O meu coração é como cera, derreteu-se dentro de mim... Pois me rodearam como uma matilha de cães; cerca-me um bando de malfeitores. Traspassaram minhas mãos e meus pés. Repartem entre si a minha roupa e lançam sortes sobre a minha túnica.”[7]
O cumprimento de mais de 300 profecias do Antigo Testamento, dadas muitos séculos antes do nascimento de Jesus, descrevendo em detalhe o Seu nascimento, Sua vida, Sua obra, Sua morte e Sua ressurreição é evidência de quem Jesus é na realidade.
E não existe razão para duvidar que, depois da Sua morte, algo inacreditável aconteceu que transformou o Seu pequeno grupinho de seguidores desanimados numa companhia de testemunhas, a qual toda a perseguição da Roma Imperial não pôde parar. Desanimados e desencorajados depois que o seu Senhor fora cruelmente crucificado pelos Seus inimigos, parecia àqueles discípulos que as suas esperanças tinham morrido e os seus sonhos sido despedaçados.
Mas três dias depois da morte de Jesus, a fé deles foi reacesa de uma maneira tão dramática que nenhuma força terrena jamais foi capaz de apagar! E aqueles poucos simples primeiros seguidores de Jesus foram contar a todos as Boas Novas: que Deus não só enviara Seu Filho ao mundo para nos ensinar a Sua Verdade e nos mostrar o Seu Amor, mas que Jesus também sofrera a morte por nossa causa e que fora ressuscitado. O Novo Testamento relata que Jesus apareceu pessoalmente e foi visto por 500 testemunhas oculares após a Sua ressurreição.[8] Essa foi a mensagem ressonante que os Seus primeiros discípulos proclamaram com ousadia pelo mundo inteiro: “Deus O ressuscitou dos mortos!”[9] — Trechos de “Quem É Jesus”, publicado por AFI
Obra de Deus
Para aqueles que são tentados a pensar que apresentar argumentos e provas não é espiritual, porque só Deus pode mudar um coração rebelde, faço duas observações. Em primeiro lugar, se não for pela intervenção de Deus, nada vai adiantar, quer argumentos, quer amor, ou o simples Evangelho.
Segundo, com a ajuda do Espírito Santo, Deus gosta de usar diferentes meios. Amor e razão em especial, porque ambos estão de acordo com Sua natureza. O fato é que, com a ajuda de Deus, os argumentos sempre funcionam. Jesus usou esse método, assim como Pedro e Paulo — e com ótimos resultados.
Compreender o papel central de Deus no processo tira um peso enorme das nossas costas. Podemos nos concentrar em nosso trabalho, sermos claros, simpáticos e persuasivos e, deixar os resultados por conta de Deus. Procuramos aqueles que estão nos procurando, num certo sentido — pessoas cujos corações já estão sendo tocados pelo Espírito. Podemos estar alertas para essas ovelhas que ouvem “voz” de Jesus e começam a procurar, sem incomodarmos aqueles que ainda não estão prontos ...
Em vez de tentar falar da cruz em cada encontro, apenas provoque a pessoa a pensar. Tente dar a ela algo em que refletir. Contente-se em plantar uma semente que pode germinar e posteriormente florescer sob os cuidados do Deus soberano. — Greg Koukl
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