Sou de uma cidade bem pequena na Pensilvânia. Minha mãe curtia música punk, fez parte de várias bandas, usou drogas, viveu em uma comunidade de músicos e logo encontrou um rapaz trilhando o mesmo caminho, com quem se casou. Sua vida sempre havia sido um tanto louca e nada mudou com meu nascimento, então quando eu era pequenininha vivia com meus avós.
De repente nossa vida teve uma mudança drástica. Quando eu tinha 7 anos, minha mãe conheceu um pastor e se converteu. Então voltei a morar com meus pais. Minha mãe viajava para diferentes igrejas, cantava e contava o quanto e quão rapidamente Jesus mudara sua vida. Eu gostava de ouvir seu testemunho; pois havia acompanhado boa parte dessa transofrmação.
Entretanto, com o passar do tempo as coisas começaram a morrer espiritualmente. Em vez de viajarmos contando seu testemunho, começamos a ir para a igreja, mas não fazíamos muito para ajudar outras pessoas. Comecei a questionar a hipocrisia e a monotonia espiritual que via.
Meu pai ainda me obrigava a ir para a igreja, mas eu me recusava a prestar atenção. Comecei a perder a esperança. Todos e tudo que eu via me deprimia. Não queria ser como meus pais, meus professores, os membros da igreja, as crianças da escola, as pessoas na TV! Não queria suas panelinhas, seu dinheiro, “sucesso”, materialismo, modas, sorrisos falsos ou religião.
Tornei-me anoréxica e bulímica. Tinha tendências suicidas e, certa vez, tomei um monte de comprimidos tentando me matar. Meu padrasto me levou ao hospital e passei um mês internada. Naquela mesma época minha mãe também começou a ficar deprimida, cansada das igrejas e ela e meu padrasto se divorciaram. Paramos de frequentar a igreja e ela voltou à sua vida de antes.
Poucos meses antes de eu completar 16 anos, tive minha primeira experiência com drogas. Um dos hippies da escola me abordou na escola e disse, “Ei, você quer fumar um baseado hoje à noite? Eu e uns amigos podemos ir a=par sue apartamento. É por nossa conta.”
Todos os meus colegas “festeiros” sabiam que meu apartamento estava “aberto” aos finais de semana. Minha mãe ficava nas casas de seus namorados e me deixava sozinha. Embora eu ainda não tivesse tomado drogas, bebia e o pessoal trazia cerveja, tequila ou o que fosse para o meu apartamento nos finais de semana. Minha mãe nem se importava. Ela só me dizia que se alguém ficasse bêbado deveria ficar e dormir e não ir para casa dirigindo.
Comecei um namoro que durou uns dois anos. Tínhamos um relacionamento muito doido, e começamos a cheirar cocaína juntos. Íamos a festas e raves, tomávamos ecstasy, bebíamos, e quando faltava maconha em casa, era um inferno. Ele tinha um temperamento terrível.
Nosso relacionamento acabou logo depois de eu completar 18 anos, depois de eu começar a conviver com um grupo de hippies viajante. Foi quando fiquei grávida. Estava tão feliz que parei de usar drogas totalmente. Meu novo namorado e eu ficamos na casa de meus avós durante os últimos quatro meses de minha gestação.
Quando o bebê tinha quatro meses, saímos rumo ao Alasca em um ônibus escolar adaptado para ser um motorhome. Havíamos poupado um dinheiro, mas o ônibus sugou tudo. Lembro-me de estar sentada no ônibus pensando, O que estou fazendo? Aonde vou? Naquele momento me dei conta que estava perdida.
Em uma parada de caminhoneiros em Indianópolis, vi um casal com algumas crianças. Eles olharam para mim e sorriram e retribuí o sorriso. Então ela veio e se sentou ao meu lado. Seu nome era Lily. Ela e seus filhos eram muito amáveis. Ela e seu marido, Jonathan, nos convidaram para jantar em sua casa e tomar banho.
Quando chegamos à casa, ajudei Lily a preparar o jantar, e ela me contou sobre seus muitos anos viajando o mundo como missionária. Era impressionante. Conversei muito com Jonathan também, e me lembro de pensar que havia algo diferente em seus olhos algo que eu gostava muito.
Jantamos e depois conversamos por algumas horas. Começamos falar de religião e eu tinha muito a dizer. Falei de tudo que odiava das igrejas, e fiz muitas perguntas sobre as coisas com as quais eu não concordava com respeito ao cristianismo. Eles tinham respostas muito boas para tudo! Eu nunca tinha ouvido a Bíblia ser ensinada assim. Nunca fui contra o amor, liberdade, esperança e essas coisas. Eu não gostava era do "sistema" do mundo, mas jamais havia entendido que Jesus também não.
Minha vida mudou completamente. É difícil explicar o sentimento de procurar tanto que chega a doer. E depois disso, fico maravilhada por sentir felicidade me meu coração, com certeza de por que estou aqui e do caminho que sigo.