Sou filha de um lutador de sumô profissional, e fui criada com rígida disciplina. Por razões financeiras, tive de começar a trabalhar bem jovem, mas depois que comecei a viver sozinha, passei a desfrutar da independência e novas liberdades que essa condição me permitiu vivenciar. Casei-me aos 21 anos e logo engravidei, mas o meu bebê não chegou a nascer. Entrei em depressão e me refugiei na bebida. Meu casamento desmoronou e nos divorciamos. Casei pela segunda vez, mas, outra gravidez interrompida despedaçou os meus sonhos e meu casamento também.
Se por um lado me sentia só, por outro confiava que conseguiria me virar sozinha. Eu tinha um bom emprego e estabilidade financeira. No entanto, como o ambiente na empresa se tornou muito desagradável, pedi demissão.
Dois meses depois, contraí uma doença estranha de causas inexplicáveis. Surgiram manchas roxas na parte inferior do meu corpo. Estava sendo tratada por um médico, mas as manchas se espalharam de tal maneira que precisei ser internada para fazer outros exames. Atormentada pela doença, cheia de medo e solitária, passava os dias chorando no leito do hospital.
Recebi alta um mês depois, mas com a notícia que não poderia mais trabalhar. As sequelas da doença tinham me deixado inválida. Eu não conseguia movimentar minha pernas e portanto caminhava com grande dificuldade. Eu estava arrasada física e psicologicamente.
Duas semanas depois de voltar para casa, tropecei e caí dois lances de escada. Quando recobrei os sentidos estava eu um quarto do pronto-socorro e descobri que tinha passado por uma cirurgia de emergência. Nas semanas que se seguiram, além das dificuldades financeiras por não poder mais trabalhar, o que mais me desanimou foi que as pessoas as quais considerava minhas amigas me abandonaram uma por uma. Eu nem conseguia usar o banheiro sozinha, muito menos me alimentar. Vivia atormentada por sentimentos de desesperança, solidão e medo do futuro. Eu pensava comigo mesma, Eu deveria ter quebrado o pescoço de uma vez por todas quando caí! Por que tenho que viver assim?
Nessa ocasião um dos poucos amigos que me restara veio me visitar e me deu algumas publicações da Família Internacional para ler. Foi então que aprendi o que é amor verdadeiro. Li um poema no livro Superando Obstáculos, que calou fundo no meu coração.
Pedi a Deus forças, para cumprir minha missão.
Fui feito fraco, para que, em humildade, aprendesse a obedecer...
Pedi saúde, para fazer coisas grandiosas,
Recebi enfermidade, para que fizesse coisas melhores...
Pedi riquezas, para ser feliz,
Foi-me concedida a pobreza, para que me tornasse sábio...
Pedi poder, para que recebesse o louvor dos homens,
Mas a mim foi dada a fraqueza, para que sentisse a necessidade de Deus...
Pedi por todas as coisas, para poder desfrutar a vida,
Recebi a vida, para que pudesse desfrutar todas as coisas...
De tudo que pedi, nada recebi, mas tudo que esperava ter, isso me foi dado.
Quase que apesar de mim mesmo, as orações que nunca proferi foram atendidas.
Sou, entre todos os homens, o mais ricamente abençoado!
- Escrito por um soldado confederado durante a Guerra de Secessão nos EUA (1861-1865)
Comecei estudar a Bíblia a sério. Quanto mais estudava e lia sobre o amor do Senhor, mais aumentava o desejo de repartir esse amor com outras pessoas. Durante uma de minhas internações, dividi o quarto com uma senhora idosa que tivera uma das pernas amputadas. Conversei muito com ela e fiz tudo que pude para animá-la. Mesmo depois de ela ter sido transferida para outro hospital continuei visitando-a regularmente. Minha pernas ainda não tinham sarado completamente e eu mal conseguia atravessar a rua no tempo em que o sinal ficava verde para os pedestres. Mas estava agradecia ao Senhor por ter duas pernas!
Um tempo depois precisei fazer outra cirurgia, então fui visitar essa senhora para avisar que não poderia visitá-la por um tempo. Naquele dia, ela orou comigo e recebeu Jesus em seu coração. Com um lindo sorriso, disse: “Vou orar por você.” No caminho de volta para casa eu me esqueci totalmente das minhas pernas doloridas e chorei de alegria ao pensar que eu —insignificante como sou— pude ganhar uma alma para Jesus. Pouco tempo depois, essa senhora faleceu, mas algo que me animou muito foi o fato de eu ter aproveitado a oportunidade de testemunhar para ela e garantir o seu lugar no Céu.
Oro cada dia pedindo ao Senhor para encher o meu coração com o Seu Espírito Santo para que eu seja uma boa testemunha. Conforme ouço a voz de Jesus e sigo Suas instruções, sinto Sua presença em tudo que faço.